Recentemente li uma matéria no site do The New York Times com a chamada: You can pay people to style your houseplants (numa tradução livre: você pode pagar alguém para estilizar suas plantas). Mas o que mais me chamou a atenção foi o subtítulo escrito em letras discretas: Uma carreira para os nossos tempos.
O texto apresenta plant stylist, ou interior plant designer, como uma profissão emergente. Mas não seria a mesma coisa que Paisagista? Para mim a resposta é: depende. Depende de como o paisagista quer se posicionar, qual mercado deseja atender e como trabalha seu cardápio de serviços.
A matéria mostra o surgimento de um novo nicho de mercado, direcionado a atender pessoas que gostariam de ter sua própria urban jungle, mas não tem tempo e/ou não sabem cuidar. Um público que pode estar sendo negligenciado por profissionais da área por dificuldade de adaptar o modelo atual de prestação de serviço com uma proposta de negócio atraente e rentável. O ponto de atenção é que, enquanto isso, outras pessoas – profissionais da área ou não – estão olhando exclusivamente para este mercado como uma oportunidade.

Um dos exemplos apresentados é da Liza Munoz, que aparece na foto de capa do artigo. Ela oferece pacotes a partir de U$2.000 que incluem a escolha das plantas de forma personalizada para o ambiente, preparação dos vasos, entrega e um guia de cuidados. Além desta consultoria, ela também oferece duas modalidades de manutenção, quinzenal ou mensal. A descrição vem apresentada de forma clara em seu site. O que garante uma conexão rápida com o público alvo. Um bom exemplo de posicionamento de marca.
Talvez este nicho de consultorias e pequenos projetos com vasos não seja o seu foco. Mesmo assim, é importante reconhecer o movimento e entender como ele afeta o setor. Todos os segmentos da economia passam por disrupturas que vem sendo lideradas, em sua grande maioria, por jovens empresas que se dedicam a resolver um problema de forma mais eficiente, econômica e focada no usuário. O Uber tirou clientes do transporte público e até mesmo das concessionárias e dos bancos. O Airbnb concorre com hotéis e operadoras de viagem dando acesso a milhares de pessoas a viagens antes inviáveis. Cada dia vemos mais exemplos como esses. Empresas tradicionais estão perdendo espaço para modelos de negócio mais leves e orgânicos.
O mesmo acontece com as profissões. Por isso, olhe longe, além do óbvio. Pense em novas formas de transformar o seu propósito em negócio. O paisagismo da nova era vem aí, e para atingir um maior número de pessoas precisamos abrir novas frentes.
Leia aqui a matéria que inspirou este artigo.

Studio Helena Justo disse:
Parabéns Chris, adorei a matéria e acredito ser um nicho bem promissor neste mercado de paisagismo. Os espaços estão cada vez menores e necessitam de profissionais qualidicados que tragam soluções eficazes. Achei sensacional oferecer o pacote de serviços, algo já pronto para o cliente, excelente dica. Abraços
Gabriela Pileggi disse:
Chris excelente artigo. São reflexões bem necessárias!