Um caminho para a diferenciação

Durante uma palestra sobre arte brasileira, o pesquisador e curador de um acervo rico de artistas do sertão, Pedro Olivotto, falou sobre a diferença entre arte popular e artesanato: “O artesanato não dói, ele é a repetição de algo. Para ser arte, tem que doer, é parir uma obra de cada vez”.

Essa reflexão vale para todas as profissões, pois ela fala da essência criadora que existe dentro de cada um. Ela é o caminho que o profissional precisa percorrer para se diferenciar e construir uma identidade própria — ou, como ouvimos muito no mercado artístico, “uma assinatura”. Seria uma forma de se distanciar do senso comum e se aproximar do que você quer e do que você é.

Repertório é criatividade

Apesar de o processo criativo parecer uma coisa muito natural para paisagistas, gostaria de trazer uma nova abordagem. A visão de que criatividade não é um dom. É um processo e pode ser aprendido, exercitado ou aprimorado.

Criatividade é a capacidade de encontrar soluções diferentes para as situações e problemas que se apresentam ao longo da vida. E uma forma de potencializa-la é por meio do repertório. Fazer input de novas informações, referências e ideias de forma consciente, sem necessariamente ficar preso só ao paisagismo. O olhar de aprendizado pode ser expandido para tudo o que está à sua volta.  A curiosidade e a vontade de aprender o tempo todo fazem com que o repertório fique mais diversificado e a criatividade se potencializa naturalmente.

Outro passo é o exercício da imaginação. Processar esse repertório mentalmente faz com que você crie imagens a partir do que está consumindo e experimentando, de novo, de forma consciente. Eu, por exemplo, faço isso para construir o enredo de todos os textos que trago aqui para o blog do Papo de Paisagista. Muitas vezes a ideia do artigo nasce quando leio uma frase em um contexto completamente diferente do marketing ou do paisagismo.  Seria como criar um projeto mentalmente quando você vê algo em potencial — seja um espaço, uma planta, uma peça ou qualquer outra coisa que gostaria de usar. Exercitar de forma livre, sem todas aquelas exigências e expectativas do cliente, ou limitações de orçamento.

Brincar com a arte de forma mais livre ajuda a na compreensão e consolidação do seu estilo de trabalho. Ao mesmo tempo, organizar sua forma de aprendizado e exercício criativo te mantém focado nesse processo de construção contínuo.

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