Afinal, o que um grupo de paisagistas foi fazer em uma Visita Técnica sobre Estudo das Águas na Sabesp (SP)?

Se fossemos resumir em poucas palavras seria: aprender e nos reconectar. Aprender sempre, essa é uma das nossas premissas. Se queremos evoluir como profissão, precisamos dedicar tempo para buscar novos conhecimentos e as visitas técnicas são ótimas oportunidades para isso, pois além dos especialistas que nos recebem, aprendemos também com o grupo. Já a reconexão funciona como um lembrete do nosso propósito, que nos mantêm motivados e olhando na direção certa. Que no nosso caso, como equipe do Papo de Paisagista, é o paisagismo consciente.

Dito o que fomos fazer nesta visita técnica, vamos ao objetivo deste artigo, compartilhar algumas das informações que aprendemos neste dia intenso de imersão.

Estudo das Águas Sabesp

Um pouco do contexto

  • A Sabesp atua na região de maior concentração populacional do Brasil: o Estado de São Paulo. São 375 municípios diretamente servidos com água tratada, o equivalente a 68% da população urbana do Estado.
  • Em 2021, a média de consumo da área operada pela Sabesp foi de 118 litros por habitante/dia na categoria residencial. Este índice é 12% menor que os 135 litros por habitante/dia registrados na média de 2013, antes da crise.
  • A água de uma bacia hidrográfica não é exclusiva para o abastecimento das populações, mas concorre com necessidades de outros segmentos: a atividade industrial, a agricultura, a agropecuária, a geração hidrelétrica e atividades de lazer.
  • A água de reúso é uma alternativa essencial em um cenário em que observamos crescente pressão climática sobre os recursos disponíveis para o abastecimento urbano. Trata-se de tecnologia que permite que a água potável que é destinada ao consumo humano, mas estaria sendo utilizada em outras atividades, passe a ser economizada e direcionada para o atendimento da população. Produzida a partir do tratamento do efluente do esgoto, a água de reúso utilizada em atividades industriais (lavagem de máquinas e galpões, resfriamento de caldeiras, por exemplo) e necessidades urbanas, como limpeza de ruas, feiras livres e irrigação de parques.
  • O enfrentamento à baixa disponibilidade e qualidade da água dos corpos hídricos deve considerar a proteção e recuperação de mananciais ameaçados, matas ciliares e áreas de florestas. Mais que contribuir para maior disponibilidade hídrica, a reconstituição ou preservação da cobertura vegetal dificulta ocupações ilegais, melhora a qualidade da água ao impedir que represas sofram com a poluição difusa, reduz o risco de enchentes e protege a biodiversidade, além de relevante papel no sequestro e estoque de Carbono, de forma a contribuir com a redução do agravamento ao efeito estufa. Esses são os benefícios buscados pelo Programa Cinturão Verde dos Mananciais Metropolitanos. As ações estão concentradas em quatro sistemas metropolitanos de abastecimento: Cantareira, Alto Cotia (onde parte da nossa VT aconteceuu), Rio Claro e Fazenda Capivari, todos inseridos no bioma da Mata Atlântica, somando a extensão total de aproximadamente 44 mil hectares dentro de unidades de conservação.

O olhar social do Novo Pinheiros

  • Mais que dar vida a este importante rio paulistano, integrando-o de volta à cidade e ao dia a dia de seus moradores, as ações cumprem o objetivo de levar condições de dignidade a famílias que habitam regiões vulneráveis próximas aos córregos que desaguam no Pinheiros.
  • O Programa Novo Rio Pinheiros é um caso de sucesso no âmbito das ações em benefício das comunidades mais vulneráveis. Iniciado em 2019, ele reflete a preocupação da Sabesp em aliar as melhorias levadas com a expansão dos serviços de saneamento em regiões carentes à promoção da consciência ambiental. A atuação de equipes especializadas, que vão a campo realizar ações de educação ambiental, tem o objetivo de formar agentes multiplicadores e promover mudanças comportamentais para que os resultados sejam duradouros. Com isso, é incentivada, por exemplo, a fiscalização de lançamentos clandestinos de esgoto e o descarte irregular de entulhos nas ruas e cursos d’água recuperados.

*Informações extraídas do Relatório de Sustentabilidade Sabesp 2021. Acesse aqui o documento na íntegra.

Uso inteligente da água – Caso Parque da Cidadania Heliópolis

Fechamos o dia da melhor maneira: conhecendo um case de uso sustentável da água em um projeto urbano com fins sociais, apresentado pela Regatec.

O Parque da Cidadania Heliópolis ocupa um terreno de 67 mil m² e foi recentemente construiído para atender uma das maiores comunidades do país, com aproximadamente 200 mil moradores, com área de lazer.
O projeto de irrigação inteligente prevê uso de aspersores rotativos para irrigação dos taludes (mais eficiência e menor perda por escorrimento), setor individualizado para arquibancada (maior controle e menor consumo de água), rotor -modelo Rainbird 5004 – para atingiar uma área de cobertura maior
(eficiência) e software na nuvem para monitoramento, gerenciamento e variação do tempo de rega em função do clima. Todos os equipamentos têm o selo de qualidade Rain Bird.

Benefícios? Além de viabilizar um parque que vai melhorar a vida dos moradores, a economia de água: se não fosse o sistema inteligente de irrigação seriam necessários 15 caminhões pipas com capacidade de 10 mil litros / dia para manter esta área. Fica difícil pensar nesta hopótese após uma imersão dedicada ao Estudo das Águas. Concorda?

Fica aí o convite: se queremos mudar o cenário de risco hpidrico que vivenciamos hoje, precisamos ser protagonistas da mudança e da trasformação. Aí a resposta da nossa pergunta inicial: o que fomos fazer nesta Visita Técnica? Assumir a nossa parte!

Confira o álbum de fotos completo desta VT.

Se interessou em vivenciar uma experiência desta com o Papo de Paisagista?

Confira a nossa agenda de Visitas Técnicas no Portal.

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